Com três rodadas de antecedência o
Fluminense é o campeão brasileiro de 2012. Uma suada vitória por 3 a 2
sobre o Palmeiras, neste domingo, em Presidente Prudente, aliado à ajuda
do rival Vasco, que empatou com o vice-líder Atlético-MG por 1 a 1, no
Rio de Janeiro, garantiu o quarto título brasileiro do Tricolor, os três
quando a competição já tinha o nome de Campeonato Brasileiro - 1984,
2010 e 2012 -, mais a Taça Roberto Gomes de Pedrosa de 1970, o Nacional
da época.
Fred, herói da conquista e artilheiro da
competição com 19 gols, marcou duas vezes, a segunda delas nos minutos
finais, e Maurício Ramos fez contra para o Flu - Barcos e Patrick Vieira
descontaram.
O Fluminense chega a 76 pontos e não
pode mais ser alcançado nas próximas três rodadas pelo Atlético, que tem
65. No domingo que vem, contra o Cruzeiro, no Engenhão, o técnico Abel
Braga, o ‘paredão’ Diego Cavalieri, o ‘matador’ Fred e todo o elenco do
Flu serão ovacionados com a faixa de campeões no peito.
Por outro lado, o rebaixamento do Palmeiras à Série B não é oficial, mas se tornou ainda mais difícil de ser evitado.
Como
a Portuguesa foi derrotada pelo Botafogo, no sábado, o Palmeiras tem
chances matemáticas de diminuir a diferença de sete pontos para o rival
paulista, que tem 40 pontos, nas três rodadas restantes - o Bahia também
tem 40 e enfrenta o Cruzeiro às 19h30 deste domingo, em Belo Horizonte.
O Sport, à frente do Palmeiras e também na zona de rebaixamento, tem 36
pontos e pega o Figueirense, às 19h30, em Florianópolis.
Porém,
o Alviverde precisa vencer todas as suas três partidas e torcer para
Lusa ou Bahia - dependendo do resultado dos nordestinos diante do
Cruzeiro - somarem apenas um ponto até o final da competição, além de
ter que ‘secar’ o Sport.
A
próxima batalha palmeirense acontecerá em Volta Redonda, domingo que
vem, contra o Flamengo. Ao mesmo tempo o Alviverde estará torcendo
contra o Bahia, que receberá a Ponte Preta, em Salvador, contra a
Portuguesa, que jogará com o Grêmio, em São Paulo e contra o Sport, que
duelará com o Botafogo, no Recife.
Nem mesmo os
torcedores palmeirenses parecem acreditar mais no time do coração. Neste
domingo, por exemplo, pouco mais de 8 mil pessoas estiveram no Estádio
Prudentão para ver mais uma derrota da equipe paulista, a 20ª na
competição.
O jogo:
O
Palmeiras começou a partida exibindo mais ímpeto na busca pelo ataque.
Mesmo assim, a primeira finalização foi do Fluminense, com Rafael Sobis,
que dominou pela meia-esquerda e arriscou a batida, carimbando a
defesa. Na jogada seguinte, o time mandante respondeu. Wesley cruzou da
direita e Obina subiu mais que os defensores para cabecear com perigo,
ao lado do gol.
O garoto Patrick Vieira se mostrou
uma boa alternativa no início do confronto. Apesar de jovem, o meia
mostrou ousadia para partir em direção da marcação, apostando em jogadas
individuais. Em uma das tentativas, o atleta roubou a bola de Jean no
meio-campo, avançou e abriu na direita para Barcos, que cruzou para o
meio da área, mas Obina não dominou.
Mesmo
pressionando na frente, o time paulista ainda levou sustos atrás. Aos
12, o lateral direito Bruno cruzou da direita e Fred cabeceou no meio da
zaga, mas o goleiro palmeirense salvou o time. Sob intenso calor em
Presidente Prudente, o Verdão tentou armar um setor defensivo sólido
sempre que a bola caía nos pés dos adversários. Mesmo assim, Carlinhos
achou espaço para tabelar com Fred e bater fraco, nas mãos de Bruno.
Do
outro lado, Barcos recebeu de costas para o gol, marcado por Gum, mas
girou e bateu para fora. No lance posterior, Bruno precisou sair do gol
para afastar um lançamento com um soco, mas se chocou com Henrique, que
caiu e precisou de atendimento médico. Na sequência, o árbitro Leandro
Vuaden paralisou a partida para os jogadores dos dois times beberem
água.
Henrique ainda se esforçou para continuar em
campo depois da parada, mas não suportou as dores no peito e pediu
substituição, dando lugar a Román. Sem conseguir chegar tocando bola, o
Palmeiras apostou nas bolas paradas. Aos 27, Marcos Assunção bateu
escanteio na medida para Hernán Barcos, que cabeceou sozinho na pequena
área, por cima do travessão. O argentino escondeu o rosto com as duas
mãos, sem acreditar na chance desperdiçada.
O
Palmeiras não suportou o ritmo na tarde quente e diminuiu as buscas ao
ataque. Já o Fluminense mostrou seu poder letal na frente. Ao contrário
do Verdão, o time do Rio de Janeiro desperdiça poucas chances. Aos 40,
Fred se antecipou à defesa na área e cabeceou na trave. No rebote, o
goleador bateu errado e mandou sem direção.
Mas o
atacante não deixou passar sua segunda chance. A jogada do gol começou
quando Wellington Nem recebeu no meio da área, com liberdade, e bateu
rasteiro. Bruno espalmou para seu lado esquerdo, e o rebote sobrou para
Fred, que, livre diante de marcadores apáticos, chutou em direção ao
gol. A bola passou por entre a marcação e estufou as redes, no último
lance do primeiro tempo, aos 45 minutos.
No
intervalo, Gilson Kleina optou por tirar Obina, que pouco produziu na
primeira etapa, e colocar Maikon Leite. Além da troca de jogadores, o
treinador também alterou a posição dos atletas, deslocando Correa para a
lateral e mandando Wesley para o meio-campo.
Porém,
quem ameaçou primeiro foi o Fluminense, em chute de Rafael Sóbis,
defendido por Bruno. Logo depois do lance, a torcida tricolor comemorou o
gol do Vasco, que, em São Januário, chegou ao empate contra o
Atlético-MG. Era a combinação de resultados necessária para o time de
Abel Braga ser campeão.
Os visitantes queriam
garantir ainda mais o placar. Depois de Bruno espalmar um chute de
longe, Rafael Sobis mandou para as redes, mas foi flagrado em posição de
impedimento. Aos oito minutos, o time carioca ampliou. Fred cruzou da
direita e Maurício Ramos mandou contra o próprio gol.
A
situação do jogo foi o estopim para a torcida organizada palmeirense
começar a xingar a maior parte dos jogadores do time. Kleina abriu ainda
mais a equipe, pois tirou Marcos Assunção e colocou Luan. Já no
Fluminense, Marcos Junior entrou no lugar de Wellington Nem.
Mesmo
sob a forte pressão das arquibancadas, o Palmeiras foi ao ataque. Aos
16 minutos, depois de cobrança de escanteio, a bola sobrou para Barcos,
que mandou para o gol. Apenas três minutos depois, Correa bateu falta da
meia-direita e Patrick Vieira chegou sozinho de cabeça para empatar.
O
Fluminense se abalou em campo e quase levou o terceiro logo depois.
Maikon Leite recebeu livre pela direita da área e bateu forte, exigindo
grande defesa de Diego Cavalieri. Se antes dos gols apenas a organizada
do Palmeiras xingava os jogadores, depois do empate o estádio se uniu
para entoar "vamos ganhar, Porco" e "mais um, mais um".
Ao
perceber seu time desestabilizado, Abel Braga fez a alteração que a
torcida tricolor tanto critica: tirou um atacante, Rafael Sobis, para
colocar um meio-campista, Valencia. A partir daí, o jogo ficou
eletrizante, praticamente uma disputa de ataque contra defesa. As duas
equipes buscavam o sistema ofensivo e tinham de se preocupar com
contragolpes.
Correa chegou a pedir pênalti em
disputa na área, mas o árbitro considerou a jogada normal. Aos 30
minutos, depois de confusão na área, Maurício Ramos chutou forte e Diego
Cavalieri fez defesa incrível. Em seguida, foi a vez de o Fluminense
pedir pênalti sobre Marcos Junior, mas Leandro Vuaden mandou seguir.
Na
resposta do Fluminense, Fred pegou a bola livre atrás da zaga, mas
chutou na rede pelo lado de fora. Aos 43 minutos, o goleador não
desperdiçou, pois recebeu na área livre e chutou para estufar as redes.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 X 3 FLUMINENSE
Local: Estádio Eduardo José Farah, em Presidente Prudente (SP)
Data: 11 de novembro de 2012 (Domingo)
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (Fifa-RS)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (Fifa-SC) e Fabiano Ramires (ES)
Cartões amarelos: Luan (Palmeiras)
Público: 8.461
Renda: R$ 223.495,00
GOLS: PALMEIRAS: Barcos, aos 16, e Patrick Vieira, aos 19 minutos do segundo tempo; FLUMINENSE: Fred, aos 45 minutos do primeiro tempo e aos 43 do segundo. Maurício Ramos (contra), aos 8 minutos do segundo tempo
PALMEIRAS: Bruno;
Wesley, Mauricio Ramos, Henrique (Román) e Juninho; João Denoni, Marcos
Assunção (Luan), Correa e Patrick Vieira; Obina (Maikon Leite) e Barcos
Técnico: Gilson Kleina
FLUMINENSE: Diego
Cavalieri; Bruno (Diguinho), Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho,
Jean e Thiago Neves; Wellington Nem (Marcos Junior), Rafael Sobis
(Valencia) e Fred
Técnico: Abel Braga
Nenhum comentário:
Postar um comentário