quarta-feira, 11 de abril de 2012

‘Meu filho era o alvo’, diz mãe de adolescente baleado em escola da PB

Do G1 PB

Polícia esteve na escola e fez buscas, mas ninguém
foi detido (Foto: Walter Paparazzo/G1 PB)
Adolescente entra atirando em escola pública na Paraíba, diz polícia (Foto: Walter Paparazzo/G1 PB) A mãe de um dos meninos baleados no tiroteio ocorrido nesta quarta-feira (11) na escola Enéas Carvalho, na Grande João Pessoa, afirmou que seu filho era o alvo do atirador. “Meu filho era o alvo. Foi por causa de ciúme. Ninguém pode mais nem namorar”, disse a mãe, que preferiu não se identificar à reportagem do G1. Além dele, outras duas adolescentes saíram feridas.
A mulher explicou que estava morando em outro estado e que a escola, localizada no Centro de Santa Rita, foi o primeiro lugar em que o filho estudou depois que voltaram à Paraíba. “Meu filho não estuda mais lá de jeito nenhum”, declarou na porta do hospital.

De acordo com a direção da escola, um outro incidente envolvendo arma de fogo nas dependências da escola aconteceu em 2011. Na época, um estudante deu dois tiros para o alto com a intenção de intimidar diretores e funcionários. “Se eu soubesse que a escola tinha tido outro caso de tiros, não teria colocado ele lá”, disse a mulher que teve o filho atingido por um tiro nesta quarta.

O adolescente que, segundo mãe, seria o alvo dos tiros, um estudante de 15 anos que cursava o 7º ano, foi atingido na perna e deu entrada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Outras duas alunas foram encaminhadas ao Hospital e Maternidade Flávio Ribeiro Coutinho, em Santa Rita, onde receberam os primeiros atendimentos. Uma delas, de 17 anos, baleada no braço, foi posteriormente levada ao Hospital de Trauma. A outra teve ferimentos superficiais no pé e foi liberada.

O comandante do Posto Policial do Hospital de Trauma, o sargento Santos, disse que conversou com o adolescente de 15 anos quando ele chegou à unidade hospitalar. “Ele disse que teve uma discussão com um menino do 6º ano na terça e que hoje ainda trocaram insultos”, contou o comandante.

Segundo o depoimento do garoto ao policial militar, ele estava indo ao bebedouro quando foi surpreendido pelo suspeito. “Para ele, o motivo era inveja da sua popularidade. Ele nem conhecia o suspeito e nem sabe o nome dele”, relatou o sargento Santos.

Delegado Luis Cotrim esteve no hospital para ouvir
as vítimas (Foto: Daniel Peixoto/G1 PB)
Delegado Luis Cotrim esteve no hospital para ouvir as vítimas (Foto: Daniel Peixoto/G1 PB) Apesar das declarações, o delegado responsável pelo caso, Luís Cotrim, foi ao hospital de Trauma para colher depoimentos das vítimas, mas ainda não se pronunciou sobre o caso. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança, o delegado já agendou com testemunhas para ouvi-las nesta quinta-feira a partir das 8h. A polícia ainda está em busca dos suspeitos, mas, até às 19h14, ninguém foi detido.

Ainda segundo o sargento Santos, as duas outras vítmas foram atingidas porque estavam próximas ao ocorrido. “Minha filha não viu nada e nem sabia de nada. Do jeito que foi, ia pegar em qualquer um. Ela estava apoiada em um muro com as amigas, quando escutou o barulho. Até achavam que eram fogos”, afirmou a mãe de uma das garotas, que também preferiu não se identificar.

O Hospital de Trauma informou que a estudante de 17 anos passou por cirurgia e que seu estado de saúde é estável. O garoto, de 15, está em estado regular.

Contrariando o discurso da vítima, o vice-diretor da escola, Júnior Cavalcante, disse que os suspeitos do crime são dois rapazes que chegaram à escola fardados e um deles atirou contra os alunos. O rapaz que acompanhava o atirador foi reconhecido pelo vice-diretor como sendo um aluno da escola.
 

Diretora diz que violência tem invadindo escola
(Foto: Daniel Peixoto/G1 PB)
Diretora reclama de violência invadindo escola na Paraíba (Foto: Daniel Peixoto/G1 PB)Colégio sofre problemas de violência
A diretora Maria Lúcia Cabral declarou que o colégio vem sofrendo com problemas de violência desde maio de 2011, quando uma reforma começou em uma área do local. Com isso, um portão está sempre aberto para a entrada de materiais de construção, fazendo com que pessoas que não deveriam ter acesso ao lugar, consigam entrar e sair sem dificuldades e sem identificação.

“Nunca tínhamos enfrentado esse tipo de problema, e então veio essa obra. Já faz quase um ano que pessoas entram e saem por esse portão sem nenhum tipo de identificação. Pessoas entram armadas ou com drogas e não podemos fazer nada, está fora do nosso alcance”, disse a diretora.

Maria Lúcia continuou falando que “vários furtos estão acontecendo. Sempre que os alunos esquecem algo em sala de aula, nunca mais acham. Vários celulares foram roubados e sempre por pessoas de fora, que aproveitam e também fogem por aquele portão”.

“No ano passado, tivemos um acontecimento parecido. Um aluno ficou com raiva da espera na fila da merenda escolar, foi em casa buscar uma arma, entrou pelo portão da reforma e deu um tiro para cima, apenas para assustar”, lembrou. Ela comentou também, que após esse primeiro episódio foi feito um pedido ao conselho titular para que houvesse revista na entrada dos estudantes, porém foi informada que não poderia ser feito, pois se tratava de menores de idade, impossibilitando a revista.

A diretora finalizou afirmando que também já havia pedido ao governo estadual para que agilizasse o término da obra, e que a polícia desse um apoio mais concentrado nas redondezas da escola.

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