terça-feira, 22 de maio de 2012

MP e polícia investigam se meningite foi causa da morte de 2 irmãos na PB

O Ministério Público e a Polícia Civil estão investigando se duas crianças que morreram no Hospital de Trauma de Campina Grande estariam infectadas por meningite. Os dois pacientes eram irmãos. A denúncia foi feita na manhã desta terça-feira (22) pela família das crianças, que morreram em um intervalo de dois dias.
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital de Trauma, a primeira criança, uma menina de quatro anos, deu entrada na unidade na tarde do sábado (19) e morreu na noite do mesmo dia. O irmão da menina, um garoto de seis anos, foi levado até o hospital com os mesmos sintomas no domingo (20) e morreu na noite da segunda-feira (21).
A família informou que a menina foi levada ao hospital com muita febre, dores na barriga, jatos de vômito e sangramento pelo corpo e teria recebido atendimento, mas em cinco horas morreu. A assessoria do hospital confirmou. Depois do enterro, o irmão começou a passar mal e também foi levado ao hospital. Na manhã da segunda ele recebeu alta e foi para casa, mas à noite retornou ao hospital e, assim como aconteceu com a irmã, morreu depois de poucas horas.
A mãe dos dois irmãos, Rubilânia Maria Luiza, disse ao G1 que foi informada no próprio hospital que a doença seria mesmo a meningite. “Uma médica me garantiu que era meningite. Ela até pediu para que eu fizesse exames em toda a família depois que a minha filha morreu”, explicou.
Ela disse que procurou o Ministério Público e a Polícia Civil porque o hospital estaria tentando esconder a causa real da morte das crianças. A certidão de óbito da menina aponta que ela teria morrido por pneumonia grave, hemorragia pulmonar, discrasia sanguínea e infecção generalizada. Em nenhum momento a meningite é citada no atestado, segundo a mãe.
A certidão foi emitida e assinada pelo diretor técnico do hospital, Flawbert Cruz. “A criança chegou com um quadro avançado de hemorragia pulmonar e fui informado que ela estava com coagulação há cinco dias. Tentamos reanimá-la, mas a doença se manifestou muito rapidamente. Eu certifiquei a morte de acordo com o que tinha diagnosticado do atendimento que fiz”, se defendeu o médico da acusação de apontar um laudo errado.
Quanto ao corpo do garoto, ele ainda não foi liberado e a Assistência Social do hospital informou que deve ser encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito do Hospital Universitário de João Pessoa para que se aponte exatamente a causa da morte.
A família das crianças é da cidade de Lagoa de Roça, no Brejo, e a população está preocupada com um possível surto da doença. "A cidade vive um caos porque todo mundo teve contato com o corpo da minha filha no enterro e o meu filho teve os mesmos sintomas depois de ter tocado nela", disse a mãe.
A delegada de repressão a crimes contra a criança e o adolescente de Campina Grande, Alba Tânia, disse que cobrará respostas do hospital e da Secretaria de Saúde do Estado. “Se for confirmado, isso pode gerar um problema de saúde pública e não pode ser simplesmente esquecido”, explicou.
Já a Promotoria de Saúde do município informou que o hospital terá dez dias para identificar um laudo preciso das mortes. “Será encaminhada uma solicitação de um prontuário apontando a causa das mortes ao hospital. Eles terão até dez dias para enviar o documento e a partir desse ponto será feita uma avaliação. Se houver a necessidade, a denúncia será levada até o Conselho Regional de Medicina para que seja aberta uma sindicância para apurar o caso”, esclareceu o promotor Luciano Maracajá.

Do G1 PB

Nenhum comentário:

Postar um comentário