
Aproveito para agradecer imensamente a todos nossos leitores que, diariamente, acompanharam nosso trabalho e buscaram se informar através das notícias que escrevemos, seja na área de Política, na qual eu e Lenildo Ferreira escrevíamos e relatávamos os fatos mais importantes da política campinense e paraibana, com as reportagens diárias e especiais e através da coluna Diário Político, sempre com a edição do competente Linaldo Guedes e, anteriormente, sem esquecer dos ex-editores Pedro Marins e Suetoni Souto Maior e do período em que Valderedo Borba também relatou as histórias políticas da cidade; seja em Esportes, com os brilhantes textos de Givaldo Cavalcanti, em matérias que mexeram com a emoção dos amantes do futebol paraibano e que também contaram diversas outras histórias de muitos outros personagens do esporte paraibano, além da coluna Dono da Bola, também escrita de forma muito competente por ele, despertando no leitor uma visão mais crítica e analítica sobre os assuntos esportivos.
Nas páginas de Cidades, com Severino Lopes e Antonio Ribeiro trazendo as informações mais importantes para a sociedade campinense, além de Márcio Rangel cobrindo a área policial e lembrando, ainda, dos maravilhosos textos de Isabela Alencar, que muito acrescentou ao jornal com seu competente trabalho, tudo sob a coordenação atenta do editor Tarcísio Araújo. Em Economia (editoria na qual também trabalhei) com Karina Araújo mostrando o desenvolvimento de CG; seja nas charges de Julio César que, com bom humor, fez críticas e elogios aos principais acontecimento da cidade e do estado; em Cultura e na coluna Binóculo, espaços carinhosa e competentemente coordenados por Lauricéia Barros; as páginas de Educação e Municípios, das quais o editor Sidcley Silva sempre cuidou com esmero e trouxe ao leitor inúmeras notícias relevantes; as fotos de Juliana Santos e Nelsina Vitorino, que diziam tudo através de um clique e levaram os leitores, em muitos momentos, a emoção. Tudo visto de perto pelo editor executivo Bastos Farias e Cybele Morais, cuidando das pautas do dia a dia e discutindo o que seria feito para as edições de domingo. Todo esse material disposto em páginas brilhantemente diagramadas por Julio César, Patrícia Santos e Alba Rossana.
É! Foi muito bom trabalhar com esse pessoal todo. Sem esquecer de outras figuras importantes dessa história, com as quais mantive contato diário, mesmo a distância, a exemplo de Thaís Cirino e Demócrito Garcia. Além de todo esse pessoal, tantos outros que passaram pelo DB e deixaram sua marca e fizeram a diferença, como meu querido amigo Jamilton Soares, a danada competentíssima Simone Duarte, o querido Junot Lacet, Betânia Nobre, Gilvonildo Targino, Rosângela Araújo, Xico Morais, Dilvani Alves, Silvana Torquato, Carlos Alberto, Oziella Inocêncio, Istephany Costa, Amanda Couto, Georgia Simonelly, Jitana Cardins.
Meu muito obrigada a todos!
A última edição do Diário da Borborema
Por Severino Lopes
(Bicampeão do Prêmio AETC de Jornalismo)
Agora que a poeira começou a baixar e a “ficha” caiu, comecei a refletir sobre o impacto que foi o fechamento do Diário da Borborema. Eu ainda não era nascido quando o DB surgiu por obra do paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Ao longo dos meus tempos de criança, escutei muitas histórias no rádio ABC que tinha em casa – era um tijolão preto – de Campina Grande reproduzidas a partir de relatos transcritos nas páginas do Diário do Borborema. Histórias memoráveis que o DB publicou de lutas e conquistas de nossa Rainha da Borborema. Aliás, ninguém tem dúvida de que a história do DB se confundia com a história de Campina Grande.
O tempo passou e anos depois fui trabalhar no Diário da Borborema que, para mim, foi uma grande escola, onde pude aprender muito, aperfeiçoando na prática os ensinamentos dos tempos de universidade. Na redação do DB, onde passei 14 anos, tive a oportunidade, como repórter, de resgatar algumas daquelas histórias que ouvia na época de criança. Histórias tristes, alegres, inesquecíveis e que ficaram para a posteridade.
Lembro muito bem da edição histórica dos 50 anos de existência do DB que escrevi durante três meses de pesquisa. Foi um dos períodos mais difíceis da minha vida, pois durante a produção do caderno especial perdi o meu pai. Na oportunidade, escavamos alguns dos episódios que mudaram a vida do campinense e que se perderam no tempo. Basta recordar das campanhas que o jornal liderou em prol da vinda da água para a cidade; a construção do Açude Epitácio Pessoa; a criação da UEPB entre outras. Parece que essa luta ficou enterrada no tempo e no esquecimento de muitos paraibanos.
Naquela edição memorável, reencontramos alguns personagens perdidos no tempo e que mesmo vivendo no anonimato fizeram parte dos fragmentos históricos de Campina, como um rapaz que nos tempos de criança foi atingido pela explosão de um balão de oxigênio no José Pinheiro, no fatídico Natal de 74. Nessa busca por fatos que ligava o passado ao presente, descobrimos episódios como o desencarrilhamento de um trem em Galante que matou dezenas de pessoas; a queda de um avião no Serrotão na maior tragédia aérea da cidade. Fatos que estão guardados no arquivo do jornal, sem dúvida um dos mais valiosos tesouros históricos da cidade e fonte de pesquisa para as novas e futuras gerações de campinenses.
Há pelo menos 10 anos, passei a escrever as matérias especiais de aniversário do DB e cada vez que sentava de frente para o computador sempre descobria um fato novo da brilhante trajetória do jornal que se proclamou 100% Campina Grande. E realmente era. Era impossível não vislumbrar a imagem histórica do 2 de outubro de 1957, quando Assis Chateaubriand cortou a fita inaugural do DB em um dia inesquecível para a cidade. A foto histórica e a primeira edição rodada em preto e branco vinham sempre na lembrança e nos impulsionava a reproduzi-la todos os anos.
É inconteste que o sonho de Chatô virou patrimônio de Campina Grande.
Na última quarta-feira, quando fomos trabalhar, fomos surpreendidos pela notícia dando conta de que aquele seria o último dia de circulação do cinquentão Diário da Borborema. Sem dúvida o choque foi grande. Inevitável. Uma notícia bombástica sobre o jornal que passou 54 anos fazendo notícia. Entre o histórico 2 de outubro de 1957 e o fatídico 1º de fevereiro de 2012 muita coisa mudou. O jornal que atravessou décadas, superou crise e deu salto no seu tempo, não resistiu a impiedosa onda da modernidade e morreu. Se despediu da história com a mesma rapidez com que se projetou no tempo.
A notícia dando conta de que o DB havia circulado pela última vez, certamente produziu um sentimento de dor na redação. Foi triste ver os colegas de anos no batente se despedindo. As lágrimas rolando. O choro. O alento era saber que todos tínhamos feitos a sua parte e resistido até o último dia. O sentimento que ficou foi o de perda. O mesmo quando perdemos um parente querido. As máquinas então foram desligadas. Não havia mais jornal para rodar. E um vazio imenso tomou conta da redação. Um silêncio fúnebre ficou no espaço onde produzíamos notícia todos os dias.
Para traz ficou a história, ficaram as lembranças da inúmeras reportagens que produzimos e, principalmente, da amizade que cativamos ao longo de anos. O difícil de tudo é readaptarmos a nossa rotina sem ter mais o jornal para escrever. Quem foi o culpado pelo fechamento do DB? Bom, isso é outra história que só o tempo se encarregará de descobrir.
"Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz"
(Madre Teresa de Calcutá)
Redação iParaíba
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