Ao
aceitar a proposta estratosférica para negociar seu principal jogador, o
São Paulo deu um novo passo na relação de compra e venda entre clubes
brasileiros e europeus. A estabilidade econômica
e os valores cada vez mais altos arrecadados com cotas de TV e
patrocínios praticamente extinguiu a velha máxima de que os grandes
clubes brasileiros precisam de ao menos uma negociação por ano para
manter o fluxo de caixa equilibrado - o que muitas vezes resultava em
negócios vantajosos apenas para os compradores, que pagavam preços
abaixo do mercado para contar com talentos promissores.Para se ter uma ideia do tamanho da operação realizada pelo Tricolor, Lucas se transformou na 16.ª transferência mais cara do futebol mundial de todos os tempos. Entre os brasileiros, o garoto só tem abaixo dele Kaká (negociado por 65 milhões com o Real Madrid) e Ronaldo (quando deixou a Inter de Milão para defender a equipe da capital espanhola).
Quando o comparativo é com jogadores brasileiros, a diferença é enorme. Segundo jogador mais caro da história do País, Oscar (foto) deixou recentemente o Internacional para jogar no Chelsea por € 31,9 milhões. Era a maior transferência desde a negociação de Denilson para o Bétis, que desembolsou quase o mesmo valor em 1998 para tirá-lo do São Paulo.
Lucas saiu mais valorizado do Morumbi mesmo quando comparado com jogadores que já gozavam de prestígio internacional quando deixaram o País, como Alexandre Pato e Robinho.
O São Paulo, que já havia recusado € 33 milhões do Manchester United, diz que vendeu o jogador apenas por seu desejo, não por necessidade. "A nossa situação financeira antes da negociação era muito confortável, nosso clube tem superávit desde 2003", exaltou o vice de futebol, João Paulo de Jesus Lopes.
Estadão
PB Agora
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