
O sul-africano Eddie Cottle em seu livro South Africas’s Word Cup: A legacy For Whom?, traduzido: Copa do Mundo da África do Sul: um legado para quem? Esse cidadão afirma que os objetivos propagados aos quatros ventos e aos quatro cantos do mundo pelos organizadores da Copa do Mundo em 2010 e pela grande imprensa não passou de engodo, de mentira, de blefe, de fracasso. A imprensa mundial falava da explosão do turismo, no investimento estrangeiro, na mega geração de emprego.
Os investimentos para a realização da copa naquele país não passou dos investimentos públicos tirados da saúde, da educação, da melhoria do serviço público. Enfim, dinheiro tirado da garganta e da barriga dos sul africanos.
Nada do que a grande mídia orquestrada falou e vendeu aconteceu. As copas do mundo são meios de acumulação de capital privado em escala global em que a FIFA atua como facilitadora para seus “comparsas” nestes tempos de globalização.
Ao país sediador da Copa fica as despesas, os elefantes brancos construídos por imposição, a ressaca econômica e a frustração do povo. Cerca de 60% de toda a renda da Copa saiu dos bolsos dos sul-africanos que gastaram em ingressos, alojamentos e transportes e, em bugigangas, como: camisetas, bonés, chaveiros, vuvuzelas, capacetes panorâmicos, bandeirolas, etc. Turistas mesmos muito pouco, pois turistas em países de terceiro mundo não são para verem homens correndo, suados e de calções, na verdade, eles vêm é comer nossas meninas e nossas mulheres! O que houve foi um deslocamento de consumo e não uma grande entrada de recursos oriundo do turismo internacional.
Os países ricos estão em crise. Não é por acaso que eles jogaram as Copas para a África do sul em 2010, para o Brasil em 2014, para a Rússia em 2018 e para o Catar em 2022. Eles já sediaram copas e sabem das despesas e dos prejuízos, daí jogarem esses campeonatos para a periferia. A FIFA carreia recursos dos países hospedeiros desses grandes eventos sejam usando seus parceiros na construção civil e nas firmas de arquiteturas internacionais. Na verdade uma grande quantia de dinheiro deixa o país na exclusividade de cartões de créditos e bebida. Há mais despesas do que receita.
Os trabalhadores também perdem. Mais de 100 mil trabalhadores são mantidos em trabalho de longa jornada insalubre, comendo comida fria e bebendo água quente. Se houver protestos ou greve pela má condição do trabalho a imprensa os acusa de atrasarem o cronograma oficial e de porem em risco a realização do evento e irão constranger a nação. A grande imprensa parceira da FIFA nestes empreendimentos esmaga com essa falácia o direito fundamental do trabalhador que é a garantia dos seus direitos, bons salários e benefícios. Foi assim na África do sul e já está sendo assim aqui no Brasil.
No Brasil não são só os trabalhadores das obras da Copa que estão pagando o pato não. Aos funcionários públicos federais também coube sua cota. A presidente Dilma Roussef afirmou que não dará o Plano de Cargos e Salários aos servidores do Poder Judiciário porque faltará dinheiro para a Copa. Plano este que se arrasta desde o governo Lula da Silva que disse que não sancionaria o Plano por falta de tempo: estava na campanha de Dilma! A Copa do Mundo no Brasil é um carnaval como as declarações do ex e da presidente.
Essa mega despesa para viabilizar esse Torneio de Futebol Mundial será a porta de entrada de propaganda de bebidas alcoólicas em horários de jogos e de horário nobre neste país de alcoólatra e será pago com o dinheiro do povo que falta e continuará faltando na saúde, na educação, no bolso do funcionalismo público, nos dos médicos e nos dos professores.
A Copa do Mundo de 2014 satisfará o ego de Lula e Dilma, que manteve e mantém figuras diabólicas como José Dirceu e Palocci nos bastidores e comando da alma do governo petista. O circo está armado para essas duas estrelas petistas, as primeiras citadas à cima, darem um show internacional com um agravante: desta vez teremos circo, mas sem pão.
Clodoaldo Melo/Pedralavrada.com
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