
O rompimento entre o ex-PFL e Maranhão caracterizou-se em 2002, quando Efraim Morais decidiu se aliar ao PSDB, acompanhando a orientação política do ex-governador Cássio Cunha Lima. Cássio e Efraim fizeram dobradinha, respectivamente, ao governo e ao Senado, saindo vitoriosos. Cunha Lima derrotou o então candidato do PMDB, Roberto Paulino, que, como vice, assumiu a titularidade do governo devido à desincompatibilização de Maranhão para concorrer ao Senado, saindo vitorioso. Em 2006, Cássio disputou a reeleição com o apoio de Efraim. Em 2010, na campanha entre Ricardo Coutinho e José Maranhão ao governo, Morais compôs a chapa majoritária tentando renovar seu mandato ao Senado. Mas foi derrotado. As duas vagas em jogo naquele páreo foram conquistadas, respectivamente, pelo tucano Cássio Cunha Lima e pelo peemedebista Vital Filho. Efraim ficou em quarto lugar, abaixo de Wilson Santiago (PMDB), que ainda logrou assumir por quase um ano o mandato titular de senador, enquanto perdurou o impasse jurídico sobre a investidura de Cássio Cunha Lima, então enquadrado na Lei Ficha Limpa.
Independente do resultado, para todos os efeitos estava cristalizada a ruptura da aliança entre o dirigente do sucedâneo do PFL e o ex-governador José Maranhão. A hipótese de fusão de alguns partidos com o PMDB foi admitida, em Belo Horizonte, pelo presidente nacional da legenda, senador Valdir Raupp (RO), prevendo que as discussões ganharão corpo após o fechamento das urnas das eleições municipais deste ano. Raupp defende um quadro partidário mais compacto no país, criticando a proliferação de siglas. Atualmente 30 agremiações estão registradas no Tribunal Superior Eleitoral. A última a ser referendada chama-se Partido Ecológico Nacional, PEN, que na Paraíba passou a ser coordenado pelo presidente da Assembleia, Ricardo Marcelo.
O jornalista Josias de Souza informa em seu blog na “Folha” que Raupp, por enquanto, não adianta quais os partidos que poderão embarcar no ‘ônibus’ que será montado com a fusão ao PMDB, estimando entre três a quatro agremiações. O presidente nacional em exercício do PMDB revela que há uma saturação com o excesso de legendas no cenário político, o que seria um dos fatores para a alternativa de junção de siglas. O PMDB, atualmente, faz parte da base de sustentação do governo Dilma Rousseff e conta com o vice-presidente da República, Michel Temer. O DEM faz oposição radical ao governo e ao Partido dos Trabalhadores e é aliado preferencial do PSDB em vários Estados. Mas começam a aparecer sinais de desgaste na relação entre o DEM e o PSDB, conforme admitem parlamentares das duas agremiações. Os tucanos são acusados, nos bastidores, pelos demistas, de quererem prioridade na cabeça de chapa para eleições majoritárias, como a de presidente da República. O mesmo cenário se reproduziria nas disputas estaduais aos governos, o que coloca o Democratas num papel subalterno. As conversações, em todo o caso, serão aprofundadas para que se chegue a um denominador comum. Formalmente, expoentes da cúpula do DEM na Paraíba descartam a possibilidade de reaproximação com Maranhão. Mas outros integrantes da legenda advertem que há fatores decisivos a serem levados em conta e que poderão produzir reviravoltas na conjuntura.
LANA CAPRINA
PB Agora
Nenhum comentário:
Postar um comentário